Após ter retirado de pauta da última reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS) o projeto de investimento milionário da empresa LG na Zona Franca de Manaus, o secretário de competitividade, emprego e produtividade do Ministério da Economia, Carlos Costa, anunciou nesta terça-feira (11) que a secretaria conseguiu avançar nas negociações para a oferta de 150 empregos direitos, e 220 indiretos, no novo projeto da sul coreana, que é destaque mundial no mercado de eletrônicos.
“Nós entendemos a urgência de termos uma decisão sobre o investimento feito pela empresa. Eles também entenderam a necessidade da criação de mais empregos do que previsto inicialmente”, disse, adiantando que deverá aprovar a autorização ‘ad referendum’ ainda hoje. “Eu gostaria de agradecer à LG por continuar a acreditar no Brasil, e por esse compromisso adicional”, completou.
A proposta inicial submetida pela LG à Superintendência da ZFM (Suframa), projetava um investimento de R$ 325 milhões no total e a geração de 68 novos postos de trabalho. No novo projeto, a LG prevê um aporte de R$3,8 bilhões e a geração de 150 novos postos de trabalho. A proposta já
havia tido o aval do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas (Codam), órgão ligado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti).
O novo projeto deve diversificar as linhas de produção para a fabricação de microcomputadores portáteis, monitores de vídeo com tela de LCD, unidades digitais de processamento de pequeno porte com monitores de vídeo e unidades de memórias.Atualmente, 2.200 trabalhadores atuam nas linhas de produção da empresa, que é a quarta maior empregadora da ZFM.
No encontro, que aconteceu durante reunião com representantess da LG e do Ministério, o presidente da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, elogiou a decisão, e comemorou a ampliação do número de vagas geradas pelo novo projeto.
“[Gostaria de] agradecer esse compromisso para o aumento da geração de emprego”, disse. “Meu voto como conselheiro do CAS é acompanhar a sua decisão”, adiantou o presidente da Fieam em referência ao anúncio do secretário do Ministério da Economia, Carlos Costa.
Belicoso
Na ocasião da retirada de pauta da reunião do CAS, no dia 29 de abril, o secretário Carlos Costa argumentou que o projeto deveria ser apreciado com ‘mais critério’, pela equipe
técnica do Ministério.
“Um projeto que tem quase o dobro da renúncia de um outro que gera cinco vezes mais emprego precisa ser avaliado com mais critério para ver se nós conseguimos gerar mais empregos”, declarou Costa.
Conforme o secretário, após a negociação desta terça, além de dobrar o número de vagas de emprego, o projeto deve manter o mesmo nível de isenção de impostos previstos no projeto inicial, sem impacto orçamentário. “É uma vitória para a Zona Franca”, comemorou.
A decisão de retirada de pauta em abril foi rapidamente criticada pelo Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam), que apontou, indiretamente, o risco de ‘insegurança jurídica’ com a decisão monocrática do secretário do Ministério da Economia. O senador Plínio Valério (PSDB) chegou a afirmar que enviaria um ofício ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para que a decisão fosse revista. O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), também emonstrou preocupação.
O próximo passo é o envio da pauta sobre o novo projeto de investimento para o CAS, que deverá promulgar a decisão.