MANAUS (AM) – Com o final do ano chegando, a esperança dos desempregados – que estão à procura de emprego – começa a ressurgir. As festas e o aquecimento no comércio para as compras de presentes possibilitam movimentar a economia no Amazonas. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL) aponta cerca de quatro mil contratações para este final de ano.
De acordo com o presidente da CDL Manaus, Ralph Assayag, existem altas expectativas para as festividades no fim de 2021. Isso porque, além dos empregos temporários, existe a possibilidade de aberturas de novas lojas, que não farão só contratações temporárias, mas sim, permanentes.
O responsável pelo órgão ainda afirma que serão cerca de 24 lojas, de médio porte, que abrirão em Manaus, entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, e que nesses novos estabelecimentos, o comércio disponibilizará quatro mil vagas de emprego. “As expectativas para esse fim do ano deverão ser muito boas. Porque deveremos estar abrindo nesse trimestre, em torno de 24 lojas de médio porte. Essas lojas já anunciaram que vão estar com o número de contratação, é possível que sejam quatro mil pessoas contratadas no fim do ano”, salienta.
Com essa expectativa positiva, Assayag aposta suas fichas no final do ano para movimentação da economia e destaca que essas contratações não serão apenas temporárias. Pelo fato das lojas estarem abrindo, os funcionários acabaram ocupando a vaga de forma fixa.
Normalmente, no final do ano, existe a contratação das pessoas que vão ser demitidas em janeiro, porque são um período só, é temporário. Nesta contratação das novas lojas não será assim. Loja que inaugura, é loja que vai ficar com funcionário fixo. Então, a gente está acreditando muito no início e no final do ano.
Enquanto a CDL Manaus aponta a contratação fixa de quatro mil pessoas nas novas lojas de médio porte que abrirão, o presidente da Federação do Comércio do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Santos da Frota, prevê 1.300 postos de vagas temporárias em 2021.
O presidente destaca que, apesar de algumas empresas estarem passando pelas dificuldades de insumos advindos da importação, além dos altos preços dos fretes, ele acredita que o comércio pode superar esses problemas. “Não obstante algumas empresas estarem ainda desabastecidas por dificuldades de insumos importados, fretes altíssimos e falta de embalagens, o comércio começa a superar estas dificuldades”, revela Frota.
Apesar dos obstáculos, é provável que o final do ano de 2021 seja bem melhor do que 2020, já que a pandemia afetou duramente o comércio brasileiro.
Nossa expectativa é que este final de ano seja melhor que o do final do ano passado, cujas festas de Natal de 2020, foram prejudicadas pelo início da segunda onda da covid-19 que se estendeu da segunda quinzena de dezembro de 2020 e foi até o dia 09 de março de 2021, quando o comércio foi autorizado a abrir as portas sem restrições
Frota acrescenta que é possível que o comércio não atinja o percentual que foi estimado pela Federação, no entanto, é bem provável que seja superior ao de dezembro do ano que passou. “Talvez não atinja o percentual que estimamos, mas, certamente, será superior ao de dezembro do ano passado. Positivo e com crescimento”, finaliza.
Atrás da vaga temporária
O desemprego está em alta no Brasil e o final do ano é uma luz no fim do túnel. Uma dessas pessoas que vai em busca de uma
oportunidade nos últimos meses de 2021, é a Gabriela Marques, 34 anos. Ela revela que vai em busca de uma vaga de emprego temporária, após passar mais de seis meses desempregada. Gabriela, que é estudante de administração, revela que trabalhava em uma loja de roupas no Centro de Manaus e em maio foi demitida do cargo de vendedora.
Após a demissão, não conseguiu mais nenhuma oportunidade, mesmo enviando diversos currículos. “Eu trabalhava em uma loja de roupas havia cinco meses. Eles me contrataram em novembro do ano passado para uma vaga fixa. Só que veio a segunda onda da pandemia, eles não conseguiram manter todo o quadro de funcionários porque afetou demais as vendas. Ainda tentaram manter a gente por um tempo, mas não teve jeito, tiveram que demitir. Aí eu acabei indo no “bolo” da demissão”, conta Gabriela. A futura administradora revela que não é a primeira vez que está em busca de uma vaga temporária.
Em dezembro de 2019, ela conquistou uma oportunidade desta forma e trabalhou em uma loja de departamento, nos meses de novembro, dezembro e janeiro. Apesar de ser uma oportunidade temporária, Gabriela conquistou um bom dinheiro por conta da contratação. “Eu trabalhei em uma vaga temporária em 2019 e foi ótimo porque consegui um bom dinheiro para passar o final de ano. Em 2020, não foi tão bom quanto, por conta da pandemia, mas me ajudou também e eu espero que em 2021, eu possa conseguir uma vaga, e talvez até ser contratada fixamente”.
Expectativas das lojas
O final do ano, além de ser uma oportunidade para os desempregados, também é um momento de expectativa para as lojas, já que o comércio fica em seu momento mais movimentado.
O comerciante Omar Ibrahim, proprietário de uma loja no centro de Manaus, indica um interessante contraponto: ele considera as vendas de 2020 ótimas, pois o auxílio emergencial movimentou a economia, apesar da pouca circulação de pessoas. Em 2021, ele acredita que pode haver sim uma maior movimentação de pessoas, mas que elas estarão com menor poder aquisitivo, por conta da falta do auxílio e da alta da inflação.
A nossa confiança é que o movimento estará maior. Ano passado, através do auxílio emergencial, as pessoas tiveram mais poder aquisitivo. Esse ano não, estamos com uma inflação muito grande, o que tem contribuído com a diminuição do poder de compra da população. Somando-se a isso, o fim do auxílio. Então, as pessoas estarão com o poder de compra bem menor do que no ano passado. Estamos com essa gangorra
Ibrahim ainda revela que para esse ano pretende dobrar o quadro de funcionários da loja para que possa atender a possível demanda que virá. Atualmente, ele conta com quatro colaboradores e abre cinco vagas temporárias.